Tarifaço de Trump: EUA e China têm encontro marcado neste sábado para negociar tarifas
10/05/2025
(Foto: Reprodução) Secretário do Tesouro e negociador-chefe de comércio dos EUA se encontrarão com o czar econômico da China, He Lifeng, para conversas que podem ser o primeiro passo para resolver suas disputas comerciais. Trump (presidente dos EUA) e Xi Jinping (presidente da China)
AFP
Os governos dos Estados Unidos e da China têm um encontro marcado para este sábado (10), em Genebra, na Suíça, para a primeira rodada de negociações sobre a guerra de tarifas recíprocas entre os dois países, iniciada pelo presidente americano Donald Trump.
Scott Bessent, secretário do Tesouro dos EUA, e o negociador-chefe de comércio dos EUA, Jamieson Greer, se encontrarão com o czar econômico da China, He Lifeng, na Suíça, para conversas que podem ser o primeiro passo para resolver suas disputas comerciais.
Atualmente, os EUA cobram uma tarifa de 145% sobre todas as importações chinesas, medida que se iniciou no chamado Dia da Libertação em que Trump distribuiu tarifas a mais de 180 países. A China, por sua vez, aplicou uma taxa de 125% contra os produtos americanos. (relembre a cronologia abaixo)
Em sua primeira declaração sobre o encontro, Trump afirmou na quinta-feira (8) que acredita em uma reunião amigável e em negociações substanciais. Já nesta sexta, disse que tarifas de 80% sobre as importações de produtos chineses parecem corretas.
Em sua conta na plataforma Truth Social, Trump mencionou que a decisão sobre reduzir o percentual cobrado em taxas pelos EUA sobre os produtos chineses é do Scott B, referindo-se a Bessent.
O presidente americano também escrevei que a China deveria abrir seus mercados para os EUA. Seria ótimo para eles!!! Mercados fechados não funcionam mais!!!.
Essa foi a primeira vez que Trump mencionou um número específico ao falar sobre uma possível redução nas tarifas sobre a China. Ele já havia sinalizado em outras ocasiões que desejava uma trégua entre os dois países e uma redução nas taxas aplicadas entre eles.
No início do mês, o Ministério do Comércio da China declarou que estava avaliando uma proposta dos EUA para iniciar conversas sobre a guerra comercial, mas que os EUA precisam demonstrar sinceridade e estarem dispostos a corrigir suas práticas equivocadas e cancelar as tarifas unilaterais.
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A guerra tarifária entre as duas maiores economias do mundo se intensificou, após o anúncio das tarifas recíprocas prometidas por Trump, no início de abril. No chamado Dia da Libertação, o presidente dos EUA mostrou uma tabela das tarifas, de 10% a 50% para importados de 180 países.
A China foi um dos países tarifados — e com uma das maiores taxas, de 34%. Essa taxa se somou aos 20% que já eram cobrados em tarifas sobre os produtos chineses anteriormente.
Como resposta ao tarifaço, o governo chinês impôs, em 4 de abril, tarifas extras de 34% sobre todas as importações americanas.
Os EUA decidiram retaliar a resposta, e Trump deu um prazo para a China: ou o país asiático retirava as tarifas até as 12h de 8 de abril, ou seria taxado em mais 50 pontos percentuais, levando o total das tarifas a 104%.
A China não recuou e ainda afirmou que estava preparada para revidar até o fim.
Cumprindo a promessa de Trump, a Casa Branca confirmou a elevação em mais 50% das tarifas sobre os produtos chineses. Trump disse, porém, que acreditava que a China chegaria a um acordo com os EUA para evitar mais tarifas.
A resposta chinesa veio na manhã de 9 de abril: o governo elevou as tarifas sobre os EUA de 34% para 84%, acompanhando o mesmo percentual de alta dos EUA.
No mesmo dia, Trump anunciou que daria uma pausa no tarifaço contra os mais de 180 países, reduzindo de todas as tarifas para 10% por um prazo de 90 dias. Tarifas específicas já em vigor, como as de 25% sobre aço e alumínio, não são afetadas pela medida e continuam valendo.
A exceção, porém, foi a China. Trump anunciou mais uma vez a elevação de tarifas sobre os produtos chineses, para 125%. Em 10 de abril, a Casa Branca explicou que as taxas de 125% foram somadas a outra tarifa de 20% já aplicada anteriormente sobre a China, resultando numa tarifa total de 145%.
Como resposta, em 11 de abril, os chineses elevaram as tarifas sobre os produtos americanos para 125%.