Rascunhos de textos da COP30 são divulgados; 'mapa do caminho' e fim do desmatamento não são citados

  • 21/11/2025
(Foto: Reprodução)
COP30: países enfrentam impasses na agenda do clima Jornal Nacional/ Reprodução Diversos rascunhos da COP30 foram publicados na madrugada desta sexta-feira (21). As publicações aconteceram horas após a retomada dos trabalhos, paralisados por conta de um incêndio que atingiu a Zona Azul, na tarde de quinta-feira (20). ➡️Os rascunhos, ou drafts, são versões intermediárias dos textos, produzidas à medida que as discussões avançam. Um dos rascunhos divulgado, e que mais gerava expectativa, era do Mutirão Global. O texto deveria englobar os quatro temas deixados de fora da agenda formal: Financiamento climático Adaptação às mudanças climáticas Transição energética (com um mapa do caminho para fim do uso de combustíveis fósseis) Mecanismos do mercado de carbono Desde o início da cúpula, o governo divulgava a tentativa de um movimento de mutirão que incluísse o mapa do caminho — um roteiro para longe dos combustíveis fósseis. No entanto, esse tema nunca foi incluído na agenda oficial da conferência, justamente pela resistência de alguns blocos de países. O roteiro era tido como um dos marcos de sucesso da COP. A versão divulgada desse texto não faz menção ao mapa do caminho nem propõe soluções para a diminuição da dependência dos combustíveis fósseis – o que causou repercussão negativa entre diversas organizações e gerou rejeição por parte de alguns países. (veja repercussão abaixo) De forma muito breve citada que a transição é necessária, mas sem dar maiores detalhes sobre como isso deve ser feito. "Reconhece que a transição global para diminuir as emissões dos gases de efeito estufa e o desenvolvimento resiliente ao clima é irreversível e tendência do futuro", afirma o documento. Além do rascunho do mutirão, estão entre textos publicados: Transição justa Mitigação Meta global em adaptação Medidas de responsabilização Os textos ainda vão para plenária e podem ser rejeitados pelos países e alterados até que se chegue a um consenso para a versão final. Organizações e países criticam rascunhos A divulgação dos rascunhos gerou muito repercussão entre organizações e também entre governos que trabalhavam por textos mais ambiciosos. Ainda na noite de quinta-feira (20), mais de 30 países já haviam se pronunciado pressionando a Presidência da COP30 ao afirmar que não apoiariam um texto final da Cúpula que deixe de fora um mapa do caminho de transição global para longe dos combustíveis fósseis. As delegações enviaram uma carta conjunta pedindo que o tema permaneça no rascunho político da conferência. No documento, países como Colômbia, França, Reino Unido, Alemanha e outros afirmam que “não podem apoiar um resultado que não inclua um mapa do caminho justo, ordenado e equitativo para deixar os combustíveis fósseis para trás”. Como a publicação dos rascunhos, as críticas também vieram de organizações de defesa do meio ambiente. O Observatório do Clima classificou o chamado "Pacote de Belém" como "desequilibrado e não pode se aceito como resultado da conferência". "Os rascunhos apresentados são fracos nos pontos em que avançam e omissos num tema crucial: eles não atendem à determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com o apoio de 82 países, de fornecer um roteiro para implementar a transição para longe dos combustíveis fósseis", criticam. Para a especialista em Política Climática do Observatório do Clima, Stela Herschmann, a resposta é absolutamente insuficiente considerando as necessidades de implementação que existem atualmente. "Parece que a gente ainda não tem um equilíbrio, principalmente uma resposta suficiente, ao principal desafio da humanidade que é enfrentar a crise climática", analisa. O Greenpeace afirmou que rejeita o texto do mutirão e pede a devolução do texto à Presidência para revisão. "Havia esperança nas propostas iniciais dos mapas do caminho para acabar com o desmatamento e com os combustíveis fósseis, mas esses mapas desapareceram e estamos novamente perdidos, sem um roteiro concreto para atingir 1,5°C, tateando no escuro enquanto o tempo se esgota", afirmou a diretora executiva do Greenpeace Brasil, Carolina Pasquali. A Iniciativa do Tratado sobre Combustíveis Fósseis também criticou o texto. Segundo o movimento, que busca criar tratado internacional que ponha fim à exploração e produção de combustíveis fósseis, o texto atual está aquém do prometido pelo governo brasileiro. Além disso, ressaltaram que as medidas propostas pelo rascunho são insuficientes considerando o impacto que as mudanças climáticas já exercem sobre milhões de pessoas em todo o mundo. "A falta de um plano concreto para lidar com a produção de carvão, petróleo e gás só aumenta a urgência de um Tratado sobre Combustíveis Fósseis", disse o presidente do movimento, Kumi Naidoo.

FONTE: https://g1.globo.com/meio-ambiente/cop-30/noticia/2025/11/21/rascunhos-cop30-sexta-feira.ghtml


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