'Fui buscar minha filha morta': criança pediu à mãe para buscá-la um dia antes de ser enforcada pela madrasta no DF
21/11/2025
(Foto: Reprodução) Mãe de menina morta pela madrasta diz que filha não queria voltar para casa do pai
A mãe da criança de 7 anos morta enforcada pela madrasta nesta sexta-feira (21) disse que falou pela última vez com a filha na noite anterior ao crime. Segundo Fabiana Marinho, a criança pediu para voltar para casa da mãe.
Assassina confessa, segundo a Polícia Civil do Distrito Federal, Iraci Bezerra dos Santos Cruz, de 43 anos, disse ter cometido o crime após a criança afirmar que preferia morar com uma vizinha.
“Ela queria ficar mais comigo. Eu falei: ‘não, só até o dia 10, que é o dia que as aulas acabam’. Mas hoje eu já vinha buscar ela. No fim de semana ela já tava ficando comigo”, disse a mãe.
Fabiana afirma que a filha insistia que não queria mais ficar na casa do pai.
“Eu falei: ‘amanhã a mamãe vai te buscar’. E fui buscar minha filha morta”, desabafou.
Segundo a mãe, a madrasta já tinha comportamento agressivo e usava drogas. “O pai dela foi negligente de deixar minha filha com essa mulher. Disseram que essa mulher tava drogada há 3 dias”, afirmou.
“Quero justiça. Eu quero que ele pague também, porque se ele tivesse protegido ela, não tinha acontecido isso.”
‘Ela chorava dizendo que não queria ir’
Mãe de criança de 7 anos morta pela madrasta recebe abraço.
TV Globo/Reprodução
A irmã da vítima, que prefere não se identificar, contou à TV Globo, que a menina não queria voltar para a casa do pai no início da semana do crime.
" Ela estudava durante a semana e nos finais de semana ficava com a gente. Só que na segunda-feira de manhã, ela chorava. Ela falava: "eu não quero ir [para a casa do pai]", contou.
A irmã afirma que a menina já tinha feito outros relatos envolvendo a madrasta.
"Uma vez ela chegou em casa e falou "mãe, minha madrasta tentou matar meu pai, botou veneno pra ele comer. E aí não sei se aconteceu de ela ter feito alguma coisa outras vezes com a minha irmã", relembra.
Menina era ‘amorosa e sensível’, diz mãe
Fabiana descreve a filha como uma criança carinhosa e tranquila. “Amorosa, carinhosa, educada, sensível. Não tenho nem o que dizer da minha filha. Só quero justiça”, afirmou.
A irmã reforça que a menina não tinha como se defender.
“Ela não tinha maldade com ninguém. Era uma criança sem defesa. Eu fico me perguntando como alguém teve coragem de fazer isso com uma criança de 7 anos.”
Em depoimento, o pai da criança contou que a madrasta morava com ele e com a filha havia cerca de um ano e que a convivência entre as duas era “dentro da normalidade”.
Mandado de prisão por homicídio no Pará
Iraci Bezerra dos Santos Cruz, de 43 anos, confessou ter matado a enteada, de 7 anos.
Arquivo Pessoal
Na delegacia, os policiais descobriram que Iraci Bezerra dos Santos Cruz tinha um mandado de prisão em aberto expedido pelo Estado do Pará por um homicídio praticado contra o ex-companheiro, fato que ela nega.
A Polícia Civil classifica a morte da criança como feminicídio, com incidência da Lei Henry Borel, e agravantes de:
meio cruel;
motivo fútil;
impossibilidade de defesa da vítima;
relação de madrasta;
vítima menor de 14 anos.
A pena pode chegar até 40 anos de prisão. A mulher foi levada à carceragem da Polícia Civil, onde passará por audiência de custódia.
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