Tortura e tentativa de estupro: entenda crimes pelos quais trisal que manteve adolescente em cárcere foi indiciado
27/11/2025
(Foto: Reprodução) Adolescente mantida em cárcere pela mãe e padrasto sofreu torturas
O trisal que manteve uma adolescente em cárcere privado por cerca de dois anos, em Goiânia, foi indiciado por vários crimes. Segundo a Polícia Civil, o padrasto vai responder por tortura, tentativa de estupro, cárcere privado e pornografia infantil. Já as duas mulheres, uma delas mãe da jovem, vão responder por tortura, cárcere privado e pornografia infantil. Os três continuam presos, segundo a defesa.
Ao g1, a advogada Cristiana de Oliveira Morais, que representa os três investigados, informou que se manifestará apenas nos autos do processo. Leia a íntegra da nota ao final da reportagem.
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A adolescente foi vítima dos crimes depois de ter deixado de morar com o pai e ter passado a morar com a mãe, quando que eles se separaram. A mãe vivia com o novo companheiro e a outra mulher em uma casa no Setor Negrão de Lima, na capital, onde ela era constantemente agredida. Ela só se livrou da situação depois de ter conseguido fugir após encontrar escada esquecida no quintal.
Após a fuga, a jovem encontrou uma mulher na rua, a quem pediu ajuda. Após ouvir da jovem que ela não aguentava mais apanhar, Albanita Aires Marques Vilas Boas se compadeceu e aceitou ligar para o pai dela, que afirmou, em entrevista à TV Anhanguera, que não sabia da situação, pois era impedido pela mãe de ter qualquer contato com a filha.
Adolescente mantida em cárcere privado em Goiás sofria tortura e tinha marcas das agressões pelo corpo
Reprodução/TV Anhanguera
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Meninas nuas
Além da adolescente, uma menina de 8 anos, filha da outra mulher do trisal, vivia na casa. Em entrevista ao g1, o conselheiro tutelar Rondinelly Ná, que participou da ação de resgate da adolescente junto com a Polícia Militar, contou que os policiais encontraram em um celular dos investigados imagens das duas nuas, o que explica o indiciamento por pornografia infantil informado pela Polícia Civil.
"Os vídeos mostram elas junto com os adultos. Quando eles (os policiais) mostraram o vídeo, nós falamos 'não. Não tem mais condição, não. Nós vamos ter que levá-la também", disse Rondinelly, referindo-se à menina de 8 anos, que não era mantida presa.
Segundo Rondinelly, embora não tenha sido mantida em cárcere, a criança eventualmente também sofria maus-tratos. "Ela falou que também sofria falta de alimentos e apanhava muito. E também dormia no fundo, onde dormia a adolescente", afirmou, acrescentando que a menina se encontra acolhida pelo Conselho Tutelar.
O conselheiro disse que o caso foi surpreendente até para os profissionais que trabalham diariamente com diversas situações de abusos contra crianças e adolescentes. "Acaba nos tocando, né? É um caso que não é comum de acontecer, mas, infelizmente, acontece. E é um caso que exige muita atenção, muito cuidado e muito carinho da família que agora acolheu essa adolescente".
As investigações do caso estão sendo conduzidas em sigilo pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA).
Leia a íntegra da nota da defesa dos investigados:
"Diante da repercussão do caso, a defesa reforça que não comentará o processo pela imprensa, justamente para preservar a seriedade das investigações e o regular andamento da Justiça. Todas as manifestações serão apresentadas nos autos, buscando garantir o contraditório, a ampla defesa e o respeito à dignidade de todos os envolvidos".
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