Tanque com sedativo e agulha fina: como é feita a vacinação de tilápias no maior município produtor do Brasil

  • 23/11/2025
(Foto: Reprodução)
Como é feita a curiosa vacinação de tilápias no maior município produtor do Brasil Vacinar peixe pode parecer improvável, ainda mais com seringa. Mas essa prática minuciosa e altamente técnica é uma das engrenagens mais importantes da tilapicultura moderna. Em Morada Nova de Minas, que lidera a produção nacional de tilápias, o g1 mostra como funciona esse processo que envolve tanque com sedativo, agulha fina e precisão milimétrica. Segundo dados da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-MG) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Morada Nova de Minas produz cerca de 20 mil toneladas por ano, volume que representa 44% de toda a produção mineira e quase 4% da produção nacional. Esse desempenho é resultado de condições ambientais favoráveis, grandes áreas de represas e investimento contínuo em tecnologia e assistência técnica (entenda por que mais abaixo). ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Centro-Oeste de Minas no WhatsApp É também esse volume de produção que explica a rotina intensa dos centros de manejo. Segundo o técnico da Emater, Eduardo Nunes, mais de 4 milhões de peixes são vacinados todos os meses no município, um número que impressiona até quem vive o dia a dia do setor. “A vacinação individual garante um índice de proteção muito maior, aumentando a taxa de sobrevivência e a qualidade dos lotes”, explicou Eduardo. Do alevino ao tanque de vacinação A cena nos tanques é quase coreografada: estruturas alinhadas, técnicos equipados, oxigenação constante e equipes treinadas para vacinar peixe por peixe, um a um, sem exceção. Tudo começa com a chegada dos alevinos, que pesam entre 0,8 g e 1 g. Pequenos demais para qualquer intervenção, eles passam as primeiras semanas em tanques de crescimento até atingirem cerca de 20 g, fase ideal para a imunização. Técnico manuseia alevinos em unidade de reprodução em Morada Nova de Minas Diego Vargas/Seapa MG A partir daí, inicia-se a etapa mais curiosa do processo. Sedação leve: os peixes são colocados em um tanque com uma substância própria que reduz o estresse e permite o manejo seguro. Vacinação individual: com uma seringa de agulha extremamente fina, cada tilápia recebe a dose de vacina contra bacterioses comuns na criação intensiva. Recuperação: logo após a aplicação, seguem para um tanque de água limpa e oxigenada, onde se recuperam rapidamente. Retorno ao crescimento: já imunizados, continuam o desenvolvimento até atingirem o tamanho ideal para serem repassados aos produtores da região. Por que vacinar tilápias? O objetivo é combater doenças que representam risco real para a produção. Entre elas estão a Streptococose, a Franciselose e a Columnariose, que atingem criações intensivas. “A vacinação reduz drasticamente a incidência dessas enfermidades. As vacinas têm objetivos de imunidade, com a criação de anticorpos, e são aplicadas na fase inicial de criação, até 75 dias de vida. Não havendo peixes doentes, não há necessidade do uso de medicamentos”, destacou Eduardo. Mais produção, mais tecnologia Após a fase juvenil e as vacinações recomendadas, as tilápias são comercializadas para produtores especializados na engorda, processo que leva de quatro a cinco meses. Ao atingir o ponto ideal, seguem para frigoríficos que processam os filés congelados que chegam aos consumidores. O avanço desse setor acompanha o crescimento da tilapicultura em Minas Gerais. Em quatro anos, a produção estadual subiu de 44,3 mil para 72,8 mil toneladas — um aumento de 64%. A tilápia responde por cerca de 94% desse total. Morada Nova de Minas se destaca nesse cenário. As condições ambientais favoráveis, a organização da cadeia produtiva e o investimento em tecnologia ajudaram o município a se consolidar como o maior produtor de tilápias do país. A vacinação em larga escala é uma das estratégias que garantem produtividade elevada e peixes mais resistentes às doenças. Cardume de tilápias em tanque-rede usado na produção em Morada Nova de Minas Diego Vargas/Seapa MG O município se destacou após um projeto-piloto da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Paranaíba (Codevasf) iniciado em 2002, com 20 tanques. Desde então, a Emater-MG atua com assistência técnica, capacitação e apoio aos produtores, especialmente nos primeiros anos de implantação da atividade. A combinação de água de boa qualidade, temperatura média próxima de 28 °C, grandes áreas de represas e uma localização estratégica para abastecer Belo Horizonte, Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e o Nordeste consolidou o município como referência nacional. A tecnologia também se tornou peça-chave. Em casos de doenças virais, como o Vírus da Necrose Infecciosa do Baço e Rim, a mortalidade pode chegar a 70% dos alevinos. Nas bacterioses, as perdas podem alcançar 15% em peixes prontos para abate. A vacinação reduz significativamente esses índices e garante lotes mais saudáveis. “A gente quer fortalecer a cadeia, oferecer um peixe saudável, criado com cuidado e com tecnologia. O mercado está crescendo e os produtores precisam de juvenis de qualidade", esclareceu Eduardo. Filés de tilápia sendo preparados em frigorífico do município Diego Vargas/Seapa MG VÍDEOS: veja tudo sobre o Centro-Oeste de Minas

FONTE: https://g1.globo.com/mg/centro-oeste/noticia/2025/11/23/tanque-com-sedativo-e-agulha-fina-como-e-feita-a-vacinacao-de-tilapias-no-maior-municipio-produtor-do-brasil.ghtml


#Compartilhe

Aplicativos


Locutor no Ar

Peça Sua Música

Top 5

top1
1. Pega o Guanabara

Alanzim Coreano

top2
2. Vacilão

Zé Felipe | Wesley Safadão | Igow

top3
3. Tem cabaré essa noite

Nivaldo Marques | Nattan

top4
4. Zona de Perigo

Léo Santana

top5
5. Eclipse do Meu Coração

Solange Almeida | Lauana Prado

Anunciantes