PRF inicia perícia com drones e scanner para apurar acidente de ônibus que deixou 17 mortos em Pernambuco
20/10/2025
(Foto: Reprodução) Polícia Rodoviária Federal faz perícia no local do acidente com ônibus na BR-423 em Pernambuco
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) iniciou neste domingo (19) uma perícia técnica administrativa para identificar as causas do acidente com um ônibus de turismo que deixou 17 pessoas mortas na BR-423, em Saloá, no Agreste de Pernambuco.
O trabalho está sendo realizado por equipes de Pernambuco e Sergipe, com apoio de equipamentos de última geração, como drones e um scanner 3D, que permitem mapear e reconstruir a cena da colisão.
A análise ocorre em três etapas: levantamento inicial em solo, varredura com o scanner 3D e sobrevoo com o drone.
“O scanner reconstrói a cena em 3D. Qualquer detalhe que tenha escapado do nosso olhar pode ser revisitado várias vezes”, explicou o inspetor da PRF Thercio Silva, em entrevista à TV Asa Branca.
O drone, segundo ele, oferece “uma visão de uma plataforma superior, de cima, que permite ver coisas que não conseguimos a nível do solo”.
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O inspetor Luciano Holanda, chefe de Policiamento da PRF, informou à TV Asa Branca que a perícia busca trazer uma conclusão esclarecedora "para poder chegar a uma conclusão definitiva sobre os fatos que levaram ao trágico acidente”.
O laudo tem previsão de conclusão em até 30 dias e será enviado à Polícia Científica, que fará seu próprio relatório. “Cada órgão fará o seu laudo e, em conjunto, teremos a conclusão definitiva sobre os fatos”, disse Luciano Holanda.
Como aconteceu o acidente
Ônibus que tombou na BR-423 ficou destruído
Reprodução/PRF
O acidente ocorreu na noite da sexta-feira (17), no trecho conhecido como Serra dos Ventos, entre Saloá e Paranatama. Segundo a PRF, o ônibus perdeu o controle, invadiu a contramão, bateu em rochas na lateral da pista, retornou ao sentido correto e atingiu um barranco de areia antes de tombar. Passageiros relataram aceleração do veículo antes da primeira batida, e o motorista afirmou que houve falha no sistema de freios.
O veículo havia sido fretado por comerciantes para viagem entre Brumado, na Bahia, e Santa Cruz do Capibaribe. O grupo passou o dia em um centro de compras do polo de confecções. O retorno à Bahia, com cerca de 1.100 quilômetros de percurso total, foi interrompido no Agreste.
Registro do ônibus que tombou na BR-423 no dia do acidente
Reprodução
Três listas de passageiros foram encontradas, nenhuma compatível com o número real de ocupantes. A PRF e a Secretaria de Defesa Social (SDS) acreditam que algumas pessoas embarcaram como caronas. Havia 40 passageiros a bordo, dentro da capacidade máxima do veículo, que era de 50 lugares. Parte das vítimas foi arremessada para fora do ônibus, indicando que alguns não usavam cinto de segurança.
Ambulâncias de pelo menos 11 cidades socorreram os feridos. O Hospital Regional Dom Moura, em Garanhuns, recebeu 18 pacientes. Oito tiveram alta, duas mulheres foram transferidas para o Hospital Geral da Bahia, em Salvador, um homem foi levado para o Hospital da Restauração, no Recife, três permanecem em observação na sala amarela, um está na sala vermelha, dois receberam cuidados intensivos e um homem de 65 anos morreu no sábado (18).
Dos 40 ocupantes, 17 morreram. A maioria dos corpos foi levada inicialmente para o Instituto de Medicina Legal (IML) de Caruaru, e depois transferida para o IML do Recife para facilitar o translado para a Bahia.
A Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS) informou neste domingo (19) que todos os 17 corpos das vítimas do acidente, foram identificados pela Polícia Civil. A identificação ocorreu por meio de perícia papiloscópica, utilizando as impressões digitais. Segundo a SDS, 15 corpos já foram liberados para os familiares, enquanto os demais ainda aguardam retirada IML do Recife.
A perícia inclui ainda análise documental do ônibus, inspeção do veículo e levantamento de imagens gravadas por testemunhas e redes sociais.
“Tudo aquilo que a gente conseguir de elementos, a gente junta para fazer a nossa análise, bem como a análise documental da situação do ônibus, dos passageiros e a inspeção do próprio veículo, que é outro elemento de suma importância para esse tipo de sinistro”, explicou o inspetor Thercio Silva.
Infográfico - acidente na BR-423 em Saloá, no Agreste de Pernambuco
Dhara Pereira/g1
