PF tenta prender 22 em operação contra corrupção no setor de mineração; Justiça bloqueia R$ 1,5 bilhão
17/09/2025
(Foto: Reprodução) Polícia Federal cumpre mandados em Belo Horizonte (MG)
Polícia Federal
A Polícia Federal (PF) tenta cumprir 22 ordens de prisão e 79 mandados de busca e apreensão, na manhã desta quarta-feira (17), em Belo Horizonte (MG) e em outras regiões de Minas Gerais. A operação faz parte de uma investigação que identificou uma organização criminosa que atua no setor de mineração para fraudar licenças ambientais por meio de pagamento de propina para agentes públicos em nível federal e estadual.
Segundo a PF, o alvo dos policiais é um conglomerado com mais de 40 empresas, sendo a principal delas a holding Minerar S/A. Elas atuam na exploração de minério de ferro em várias regiões críticas do estado.
Entre os alvos de pedido de prisão preventiva estão os empresários:
Alan Cavalcante do Nascimento, apontado como chefe do grupo criminoso;
Helder Adriano de Freitas, sócio de Alan na empresa mineração Gutesiht e apontado como articulador com servidores públicos e representantes de órgãos ambientais para manipular processos de licenciamento;
e João Alberto Paixão Lages, também sócio de Alan na mesma empresa e articulador do esquema.
Os investigados são suspeitos de obter autorizações e licenças de extração e manuseio de minérios em áreas tombadas, segundo a PF, com alto risco de desastres e perto de unidades ambientais.
De acordo com a corporação, eles arquitetaram uma rede de empresas e operadores para garantir a continuidade de empreendimentos minerários ilegais, mediante corrupção ativa e passiva, tráfico de influência, fraudes documentais, e lavagem de dinheiro.
O inquérito aberto em 2020 aponta que, para agir impunemente e ampliar os negócios, o grupo criminoso corrompeu integrantes de diversos órgãos, como a Agência Nacional de Mineração (ANM), IPHAN, Fundação Estadual do Meio Ambiente de Minas (FEAM), Secretaria de Estado do Meio Ambiente, entre outros.
Além dos pedidos de prisão dos empresários, a Justiça Federal determinou o afastamento de:
Fernando Baliani da Silva, funcionário estadual da FEAM;
Breno Esteves Lasmar, do Instituto Estadual de Florestas (IEF);
e Fernando Benício de Oliveira Paula, do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam).
Segundo a investigação, mais de R$ 3 milhões foram pagos em propina a agentes públicos. Alguns dos alvos investigados são suspeitos de receber mesada para favorecer os interesses da organização criminosa.
A Justiça Federal autorizou as ordens de prisão e ordens de busca e apreensão em endereços dos investigados e ainda determinou o sequestro e o bloqueio de bens no valor de R$ 1,5 bilhão.