PF faz inspeção após incêndio na COP 30 para liberar pertences que participantes deixaram para trás
21/11/2025
(Foto: Reprodução) COP 30: Participantes relatam transtornos com bagagem após o incêndio
A Polícia Federal realizou uma vistoria na noite desta quinta-feira (20) na área da COP 30 atingida por um incêndio, em Belém. Segundo um representante responsável pela intermediação entre a ONU e as Forças Armadas, a inspeção tem o objetivo de permitir a devolução dos objetos pessoais deixados no local às pessoas que precisam viajar.
O major Menezes informou que a verificação do material que permaneceu na chamada Zona Azul servirá para garantir um controle adequado dos itens deixados para trás.
“Isso permitirá devolver ou dar acesso aos pertences das pessoas que estão aqui dentro, especialmente àquelas que têm voo marcado hoje e precisam resgatar seus passaportes”, explicou.
COP 30: Vídeos mostram área de pavilhões da Zona Azul pegando fogo em Belém; área foi evacuada
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Incêndio na COP: veja repercussão internacional
De acordo com as autoridades brasileiras, a Zona Azul foi restabelecida e voltou a funcionar às 20h40 desta quinta-feira (20). Após a emissão do alvará de funcionamento e do atestado de segurança pelo Corpo de Bombeiros, o espaço foi oficialmente devolvido à ONU.
A diretora da Trias diz que aguarda a reabertura do local para poder entrar, retirar a mala e, se possível, embarcar ainda nesta quinta-feira para a Bélgica.
Participantes da COP 30 relatam transtornos após o incêndio. À esquerda, Gisele Obara (E), diretora da ONG belga Trias; à direita, observadora internacional Magali Caroline P Van Coppenolle
Gabriel da Mota/OLiberal
A situação de Gisele Obara é a mesma da observadora internacional Magali Coppenolle. A representante da organização Climate Bonds Initiative também está com seus pertences pessoais retidos no guarda-volumes do evento.
“Não estamos sendo autorizados a voltar lá dentro. Mas meu avião sai muito cedo. Eu esperava poder recuperar minha bagagem, mas isso não vai acontecer”, diz.
Segundo Magali, seu voo para a Europa partiria em cerca de duas horas e, provavelmente, os pertences devem acabar ficando no Brasil.
“Acho que minha mochila vai ter que ficar no Brasil e eu vou voltar para a Europa. [...] Não posso entrar porque estão aguardando a certificação do grupo de incêndio de que está tudo seguro. Então, ninguém tem permissão para entrar”, explica.
Pavilhão da Zona Azul pega fogo na COP
A "Blue Zone" (Zona Azul - área restrita da ONU na COP) foi evacuada após um incêndio em um dos pavilhões nesta quinta-feira (20) em Belém. Um vídeo mostra o momento exato em que o fogo iniciou, atrás do pavilhão da Comunidade da África Oriental, onde ocorria um painel - veja abaixo.
Vídeo mostra início do incêndio na COP30
Em nota oficial, a organização do evento informou que 21 pessoas foram atendidas ainda na Blue Zone, após inalarem fumaça.
Segundo uma fonte que atua na equipe de atendimento de saúde da COP e que preferiu não se identificar, ao menos três pessoas foram encaminhadas para o Hospital Metropolitano com quadro de intoxicação por inalação de fumaça.
Em posicionamento oficial, o governo do Pará e a prefeitura de Belém afirmaram que ninguém ficou ferido no incidente.
Fumaça contaminou sistema de refrigeração
De acordo com ele, o fogo foi controlado e o foco do trabalho passou a ser a exaustão da fumaça acumulada nos ambientes internos.
“O incêndio aparentemente já foi controlado. A questão agora é a fumaça, que se espalhou por todo o local. Está sendo usado exaustor para tentar tirar o máximo possível dessa fumaça. O problema é que ela já está em todo o sistema de refrigeração”, explicou.
Incêndio atingiu pavilhão da COP 30, em Belém
Douglas Pingituro/Reuters
O bombeiro também afirmou que a estrutura montada para a conferência utiliza materiais considerados não inflamáveis.
“Os materiais de revestimento, das estruturas, não são inflamáveis. Porém, podem ter materiais inflamáveis dentro dos próprios locais, nos estandes. Equipamentos, objetos e outros itens acabam aumentando a carga de incêndio”, disse.
O caso expõe o risco enfrentado por profissionais que atuam na linha de frente, como a bombeira que aparece nas imagens, e levanta questionamentos sobre a transparência das informações oficiais em situações de emergência em grandes eventos internacionais.
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