Notificações de acidentes de trabalho crescem 7 vezes em Campinas; veja ranking das profissões
23/04/2024
(Foto: Reprodução) Segundo levantamento, maioria das ocorrências envolve técnicos de enfermagem e exposição de material biológico. Campanha Abril Verde alerta para acidentes e enfermidades do trabalho
Jader Sousa/SupCom-ALE-RR
Um balanço divulgado nesta terça-feira (23) mostra que o número de notificações de acidentes de trabalho vem aumentando em Campinas (SP) desde 2020. De acordo com o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), a metrópole registrou 2,1 mil casos em 2023.
Na comparação com três anos atrás, o índice saltou em sete vezes. Em 2020 foram 270 (veja o gráfico abaixo). Foram 4,1 mil ocorrências em todo no período, um dado que chama atenção no Abril Verde, mês de conscientização sobre a saúde e segurança dos trabalhadores.
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Até a primeira quinzena de abril de 2024, foram 537 ocorrências. Três resultaram na morte dos trabalhadores. Os dados revelam ainda que 1,3 mil envolveram exposição à material biológico.
Além disso, a maioria dos acidentes envolveu técnicos de enfermagem, com 32 notificações desde janeiro de 2024. Veja o ranking das áreas mais afetadas:
Técnicos de enfermagem
Auxiliares de serviços de alimentação
Enfermeiros
Repositores de mercadoria
Trabalhadores de serviços de limpeza
Atendentes de lanchonete
Alimentadores de linha de produção
Coletores de lixo
Cozinheiro
Profissionais de linhas de telecomunicações
Operadores de máquinas
Técnicos eletricistas
Vendedores do comércio
O que explica o aumento?
A diretora do Departamento de Vigilância em Saúde de Campinas (Devisa), Andrea Von Zuben, afirma que o índice não representa um aumento real no número de acidentes, mas, sim, na notificação das ocorrências.
"Não é que não tinha acidente e em 2023, 2024, passou a ter. Tinha, mas era subnotificado. Agora a gente está fazendo um esforço global para aumentar as notificações. Por isso o número está maior. A gente espera que ele continue aumentando até refletir a realidade".
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Ela também afirma que o acesso a materiais perfurantes pode explicar os números relacionados à profissionais da saúde. "Existe muito acidente perfurocortante entre equipes de enfermagem. Por mais cuidados que a gente tem de não reincapar augulha, de tomar cuidado para jogar fora".
"São muito treinados, mas acaba acontecendo um grande número de acidentes entre técnicos de enfermagem e enfermeiros", completa.
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