g1 Ouviu #323 - Ajuliacosta fala sobre apelido de 'CDF do rap': 'Você tem que estudar o que está ouvindo'
10/12/2025
(Foto: Reprodução) Ajuliacosta esteve no g1 Ouviu, em 4 de dezembro, e falou sobre a crescente participação feminina no cenário do rap. A cantora, compositora e estilista citou a importância de as mulheres não "terem esquecido do cunho social dentro da escrita do rap".
"A mulher preta é base da pirâmide social. A gente precisa falar, gritar. O dinheiro não pode cegar nossos olhos do que está acontecendo de verdade", afirmou.
Durante o programa, ela ainda contou como foi seu início na música. "Sempre senti que a escrita era algo pra mim. Desde muito nova, eu gostava de escrever, escutava muito rádio. E tentava fazer música em cima de música, experimentando coisas." E disse que, nessa época, decidiu que queria ter uma banda. "Eu via o RBD e falava: gente, é isso. Eu não tinha tanto conhecimento musical de estilo que eu queria seguir. Eu gostava do que eu ouvia na rádio e na TV. Mas eu gostava de escrever", contou.
Ajuliacosta ainda falou sobre o apelido que ganhou de Karol Conká de "CDF do rap" por querer entencer toda a cena. "Me preocupei em saber tudo. O quanto as mulheres impactaram a cena, as referências das minhas referências. Viver o rap foi natural pra mim. Fui pra rua, vivi a rua. Essas vivencias de pichação, roda de rima, foram muito importantes pra mim. O rap tem função musical e social. Você tem que estudar o que está ouvindo."
'O problema ainda é o público', diz Ajuliacosta sobre ser mulher no rap
Ajuliacosta ainda falou sobre sua parceria com Ludmilla e Duquesa na faixa "Energy". "O produtor da Ludmilla entrou em contato. E fiquei muito feliz. Toda mulher negra ama Ludmilla. Pra mim, foi um prestígio. E senti que meu trabalho está chegando a pessoas que gosto e admiro."
Outro ponto abordado durante o programa foi sobre o clipe "O que a Julia vai ser?", no qual Ajuliacosta aparece com um copo rosa e que foi apontado como uma referência ao depoimento de Virginia Fonseca na CPI.
"A gente tem que pensar e repensar como vai falar as coisas. Mas eu não acho que desrespeitei alguém de alguma forma. E eu acho que a arte tem que gerar debate", afirmou a cantora.
"Eu preciso trazer uma coisa real que acontece na sociedade. Para as pessoas entenderem. Essa música, de fato, estou criticando... como posso dizer, esse trabalho? Esse ato de divulgar jogo de aposta. Vejo muito documentário de gente que perde muito com isso. Inclusive a vida. Para que ganhar dinheiro em cima de desgraça do outro?", questionou.
Você pode ouvir o g1 Ouviu no g1, no Spotify, no Castbox, no Google Podcasts ou no Apple Podcasts. Assine ou siga o g1 Ouviu para ser avisado sempre que tiver novo episódio no ar.
Ajuliacosta no g1 ouviu
Rafael Peixoto/g1
Ajuliacosta no g1 ouviu
Rafael Peixoto/g1