Filho de 'El Chapo' declara-se culpado de tráfico de drogas nos EUA
01/12/2025
(Foto: Reprodução) Joaquín Guzmán López, filho de 'El Chapo', após ser preso
Departamento de Estado dos EUA/AP
Joaquín Guzmán López, filho de "El Chapo", preso nos Estados Unidos, declarou-se culpado nesta segunda-feira (1º) em um tribunal federal em Chicago por tráfico de drogas e participação em uma organização criminosa.
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Segundo o acordo de culpabilidade consultado pela AFP, Guzmán López, de 39 anos, enfrenta ao menos dez anos de prisão pela acusação ligada à organização criminosa.
Na acusação de tráfico de drogas, que poderia levar à prisão perpétua, o juiz poderá aplicar pena menor dependendo do nível de cooperação com a Justiça.
Em troca, ele se comprometeu a cooperar “de forma plena e sincera” com a Justiça americana, fornecendo informações e depoimentos completos.
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Um de seus irmãos, Ovidio Guzmán López, detido sem fiança após ser extraditado do México em 2023, já havia se declarado culpado em julho, em Nova York, por acusações semelhantes.
Os dois, junto com outros irmãos foragidos, Archivaldo Guzmán Salazar e Jesús Guzmán Salazar, são acusados de assumir as atividades de Joaquín “El Chapo” Guzmán, ex-líder do Cartel de Sinaloa.
"El Chapo", de 68 anos, cumpre prisão perpétua em um presídio de segurança máxima no Colorado desde 2019.
À frente de uma facção conhecida como "Los Chapitos", os filhos de "El Chapo" são acusados de introduzir cocaína, metanfetamina, maconha e outras drogas nos Estados Unidos através do México.
Nesta segunda-feira, ao ser questionado pela juíza Sharon Johnson Coleman sobre como ganhava a vida, Guzmán López respondeu: “Tráfico de drogas”, o que gerou risos na sala, segundo o Chicago Tribune.
Após ser detido no Texas em julho de 2024, Guzmán López havia negado acusações de narcotráfico, lavagem de dinheiro e uso de armas de fogo.
Colaboração
Na foto, de fevereiro de 2014, El Chapo é levado até um helicóptero por membros da marinha mexicana na Cidade do México. Em fevereiro deste ano, ele foi condenado por múltiplas acusações de conspiração em um caso de tráfico de drogas.
Eduardo Verdugo/AP
Joaquín Guzmán López virou notícia no ano passado ao ser preso ao desembarcar no Texas em um avião particular. Ele viajava ao lado de Ismael “El Mayo” Zambada, cofundador do Cartel de Sinaloa e então um dos homens mais procurados do mundo.
Um ano e quatro meses depois, Guzmán López admitiu pela primeira vez que sequestrou Zambada após fingir que precisava de ajuda para resolver uma disputa, segundo o acordo consultado pela AFP.
Durante o encontro, cúmplices algemaram Zambada, colocaram um saco em sua cabeça e o levaram até o aeródromo de onde partiu o avião para os Estados Unidos.
Ele afirmou ter feito isso “na esperança” de obter certa indulgência do governo americano. Os Estados Unidos negaram participação no plano.
Segundo o Chicago Tribune, o procurador federal adjunto Andrew Erskine afirmou que, em troca da cooperação contínua, a promotoria pedirá uma pena inferior à prisão perpétua.
Em agosto, Zambada, que disse ter 75 anos, também se declarou culpado de narcotráfico. Isso não impedirá que ele passe o resto da vida em uma prisão americana, assim como “El Chapo”.
Após as prisões de Guzmán López e de Zambada, confrontos entre “Los Chapitos” e a facção ligada ao veterano chefe do crime se intensificaram em meio à disputa pelo controle do Cartel de Sinaloa.
Segundo dados oficiais, esses conflitos internos deixaram cerca de 1.200 mortos e quase 1.400 desaparecidos no México.
Washington acusa o Cartel de Sinaloa de traficar fentanil para os Estados Unidos, onde a droga sintética causou dezenas de milhares de mortes por overdose nos últimos anos. A situação aumentou a tensão com o México.
Além do fentanil, os quatro irmãos são acusados de transportar toneladas de cocaína pela América Central e do Sul até os Estados Unidos, segundo denúncia divulgada em abril de 2024.
O documento afirma que eles também subornaram funcionários públicos corruptos e cometeram assassinatos, sequestros, agressões e espancamentos contra agentes da lei, rivais e integrantes da própria organização.
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