Ex-inspetor de colégio denunciado por estupro de vulnerável é investigado por induzir aluna a levantar a blusa três vezes
21/11/2025
(Foto: Reprodução) Inspetor do Colégio St. Georges sendo preso pela Polícia Civil no Recreio dos Bandeirantes
Reprodução
Um ex-inspetor do colégio St. Georges, no Recreio dos Bandeirantes, Zona Sudoeste do Rio, denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro e preso por estupro de vulnerável, foi filmado pelas câmeras da instituição de ensino induzindo uma aluna de 12 anos a levantar a blusa três vezes.
De acordo com o MPRJ, a filmagem foi feita com o aparelho celular do próprio inspetor, que teria dito para a menor que tudo ficaria "de boa" se ela não contasse o caso à coordenação.
Diogo Bastos de Brito foi preso na terça-feira (18) após investigação conduzida pela 42ª DP (Recreio). Segundo o colégio, ele foi demitido no dia 2 de outubro, quando a instituição foi informada do que havia ocorrido (leia a nota na íntegra ao final do texto).
Em depoimento à delegacia, a aluna relatou que estava fora de uma sala de aula para verificar as horas no celular e depois guardou o aparelho, que ficou preso na altura da cintura, na parte de dentro da calça jeans.
No entanto, foi abordada pelo então inspetor, que exigiu que ela levantasse a blusa por três vezes e mostrasse o aparelho.
Na secretaria, segundo a aluna, Diogo ainda teria tentado desbloquear o aparelho da estudante para ver se ela tinha mandado mensagens ou filmado a abordagem.
De acordo com o Ministério Público, as imagens das câmeras de segurança mostram o então inspetor levantando a camisa do uniforme da vítima enquanto manuseia o próprio celular, possivelmente filmando ou fotografando a menor.
O MPRJ ainda afirma que o depoimento da menina foi corroborado por outra testemunha.
Diogo foi denunciado por estupro de vulnerável— crime que prevê pena de 8 a 15 anos de reclusão para quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com menor de 14 anos.
O g1 não localizou a defesa de Diogo Bastos de Brito.
Homem filmou aluna, aponta investigação
De acordo com as investigações, o funcionário teria exigido que a menor levantasse a blusa e retirasse o celular que estava preso ao cós da calça. Em seguida, puxou o aparelho, e filmou dentro das roupas da estudante em mais de uma ocasião.
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A Polícia Civil indiciou o inspetor. A delegada responsável pelo caso, Talita Stivanello, reforçou a importância de atenção dos responsáveis:
“Casos como este reforçam a importância dos pais alertarem seus filhos sobre falas preocupantes de terceiros, como, por exemplo, ‘isso fica só entre nós’, ‘você não deve contar isso para sua mãe/seu pai’. A criança ou adolescente precisa ser orientado que, em situações como esta, ele não deve se calar e contar o ocorrido imediatamente aos pais, como fez a vítima do nosso inquérito policial”, disse.
O g1 entrou em contato com a instituição e recebeu a nota enviada pela direção do Colégio St. Georges. Em 2 de outubro, quando o caso veio a público, a escola enviou um e-mail a todos os responsáveis informando o ocorrido e explicando as providências tomadas.
Segundo a instituição, assim que teve ciência dos fatos, o inspetor em questão foi desligado da unidade escolar no mesmo dia.
O que diz o colégio:
“Em primeiro lugar, agradeço a oportunidade de nos proporcionar apresentar as nossas providências em relação ao fato ocorrido em 02 de outubro.
Ficamos sabendo da reclusão do ex-inspetor a partir do e-mail que vocês nos enviaram.
No mesmo dia do fato ocorrido, o ex-inspetor foi demitido.
O Colégio, prezando pela transparência, que acompanha a nossa jornada de 33 anos de educação, emitiu duas notas formais para todos os responsáveis comunicando imediatamente o ocorrido e a nossa, inegociável, atitude de desligamento do ex-inspetor de nosso quadro de colaboradores.
Contribuindo para a elucidação do fato, fornecemos integralmente os vídeos para a 42ª DP.
Seguimos acolhendo a família, dando suporte pedagógico e nos colocando à disposição integral, realizando atendimento personalizado.
A demissão sumária do ex-inspetor, o acolhimento da família e a colaboração prestada para a 42ª DP, elucidação do ocorrido, foram as atitudes tomadas pela nossa instituição.
Renovando os nossos votos de profundo respeito, reiteramos os nossos agradecimentos pela oportunidade de manifestação.”
— Telmo Almeida, pedagogo e diretor do Colégio St. Georges
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