EUA propõem zona desmilitarizada na linha de frente na Ucrânia e gestão conjunta de usina nuclear em novo plano de paz enviado à Rússia
24/12/2025
(Foto: Reprodução) Vladimir Putin, Donald Trump e Volodymyr Zelensky
Sputnik/Gavriil Grigorov/Pool via REUTERS, Reuters e Genya Savilov/AFP
O governo dos Estados Unidos propôs a criação de uma zona desmilitarizada na linha de frente da guerra da Ucrânia e uma gestão conjunta tripartite de usina nuclear de Zhaporizhzhia em um novo plano de paz enviado nesta quarta-feira (24) à Rússia.
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Em coletiva de imprensa, o presidente da Ucrânia, Voldymyr Zelensky, deu detalhes sobre o plano de 20 pontos reformado após dias de negociações entre delegações americana e ucraniana em Miami, nos EUA.
Entre os pontos mais importantes, Zelensky afirmou que ainda não há consenso na questão dos territórios em disputa entre Ucrânia e Rússia, o acordo não veta a entrada do país na Otan e que os EUA propuseram uma "potencial zona desmilitarizada e econômica" ao longo da linha de frente atual. Veja os pontos da proposta mais abaixo.
O líder ucraniano disse ainda que pediu um "encontro de líderes" para tentar resolver a questão territorial —o assunto mais complexo das negociações, segundo ele— e disse estar disposto a se encontrar com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Ele não mencionou o presidente russo, Vladimir Putin.
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O Kremlin afirmou nesta quarta-feira que recebeu a nova proposta reformada pelos EUA e a Ucrânia e elaborará uma resposta que será transmitida aos americanos no futuro próximo. O enviado especial russo para as negociações de paz, Kirill Dmitriev, esteve em Miami nos últimos dias e informou Putin sobre o que foi discutido, ainda segundo o governo russo.
Nova proposta de 20 pontos
A soberania da Ucrânia será reafirmada;
Um acordo pleno e inquestionável de não agressão entre Rússia e Ucrânia, com estabelecimento de um mecanismo de monitoramento para fiscalizar o cumprimento desse tópico;
A Ucrânia receberá garantias de segurança robustas;
A Ucrânia manterá um Exército de até 800 mil soldados;
Os Estados Unidos, a Otan e países europeus fornecerão à Ucrânia garantias de segurança similares ao Artigo 5 da Otan —uma cláusula de defesa mútua da aliança militar;
A Rússia formalizará uma política de não agressão em relação à Europa e à Ucrânia em todas as leis necessárias e documentos exigidos para ratificação, incluindo aprovação por ampla maioria na Duma Estatal;
A Ucrânia se tornará membro da União Europeia em uma data especificamente definida e também receberá acesso preferencial de curto prazo ao mercado europeu;
A Ucrânia receberá um forte pacote global de desenvolvimento, que será definido em outro acordo que tratará de investimentos e prosperidade futura;
Serão criados vários fundos para tratar da recuperação econômica da Ucrânia, sua reconstrução de áreas e regiões danificadas no conflito e questões humanitárias. O objetivo será levantar US$ 800 bilhões, custo estimado em danos causados pela Rússia, para reerguer a Ucrânia.
A Ucrânia acelerará o processo de conclusão de um acordo de livre-comércio com os Estados Unidos;
A Ucrânia se compromete a continuar sendo um Estado não nuclear, em conformidade com o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares.
Usina nuclear de Zaporizhzhia: EUA sugeriram que a usina seja operada conjuntamente por Ucrânia, Estados Unidos e Rússia, com 33% da participação de cada país. Já a Ucrânia sugere que a usina seja operada de forma igual entre EUA e Ucrânia, com Kiev recebendo metade da energia produzida e os EUA destinando como quiser a outra metade;
Ucrânia e Rússia se comprometem a implementar programas educacionais nas escolas e na sociedade que promovam compreensão e tolerância entre diferentes culturas e eliminem racismo e preconceito.
Territórios: Os EUA propuseram zonas desmilitarizadas e uma zona econômica livre na linha de frente da parte da região de Donetsk controlada pela Ucrânia.
Esta reportagem está em atualização.