Em visita ao Líbano, papa Leão XIV pede união de líderes religiosos em prol da paz no Oriente Médio

  • 01/12/2025
(Foto: Reprodução)
Leão XIV se encontra com líderes religiosos no Líbano O Papa Leão XIV se reuniu nesta segunda-feira (1º) com líderes de comunidades religiosas do Líbano e pediu a coexistência pacífica das diferentes crenças na região. "Que cada toque de sino, cada 'adhan', cada chamado à oração se fundam em um único e sublime hino", disse ele, usando o termo árabe para a chamada muçulmana à oração. Leão XIV deve concluir em breve sua primeira viagem internacional como pontífice. Ele visitou a Turquia e o Líbano, antigas terras bíblicas onde ele tem defendido o avanço da unidade cristã e religiosa em geral, bem como a causa da paz. O principal compromisso desta segunda-feira foi um encontro inter-religioso na Praça dos Mártires, em Beirute, com os patriarcas cristãos do país e líderes espirituais sunitas, xiitas e drusos reunidos sob uma tenda. Após ouvirem hinos e leituras da Bíblia e do Alcorão, Leão elogiou a tradição libanesa de tolerância religiosa como um farol do “dom divino da paz” na região. O Papa Leão XIV reza diante do túmulo de São Charbel Makhlouf no Mosteiro de São Maroun, em Annaya, Líbano. AP Photo/Domenico Stinellis, Pool O local escolhido para a cerimônia também carrega um simbolismo: por lá passava a chamada "linha verde" até os anos 1990, que dividia os habitantes cristãos e muçulmanos pela capital do país. “Numa época em que a coexistência pode parecer um sonho distante, o povo do Líbano, ao mesmo tempo que abraça diferentes religiões, representa um poderoso lembrete de que o medo, a desconfiança e o preconceito não têm a última palavra, e que a unidade, a reconciliação e a paz são possíveis”, afirmou. As palavras do papa ressaltaram a importância vital do Líbano e de sua comunidade cristã para a Igreja Católica, um lugar que João Paulo II descreveu como mais do que apenas um país, mas uma mensagem de liberdade para o resto do mundo. Ao final do evento, os líderes espirituais plantaram uma muda de oliveira como símbolo da paz. O Líbano é um dos países mais religiosamente diversos do mundo, com diferentes vertentes islâmicas (como sunitas, xiitas e alauítas), cristãs (maronitas, católicos armênios, ortodoxos, siríacos etc), entre e de outras religiões. Embora o Líbano seja hoje frequentemente citado como um modelo de coexistência religiosa, nem sempre foi assim. A guerra civil do país, de 1975 a 1990, foi travada em grande parte segundo linhas sectárias. Momento de tensão A visita de Leão XIV ocorre em um momento de profunda tensão para o pequeno país mediterrâneo, após anos de conflitos, crises econômicas e impasse político, culminando com a explosão no porto de Beirute em 2020. Em meio ao conflito em Gaza e ao agravamento das tensões políticas no Líbano, a visita do papa foi recebida pelos libaneses como um sinal de esperança. “Nós, libaneses, precisamos desta visita depois de todas as guerras, crises e desespero que vivenciamos”, disse o padre Youssef Nasr, secretário-geral das Escolas Católicas do Líbano. “A visita do Papa dá um novo impulso aos libaneses para se reerguerem e se manterem unidos em seu país.” Mais recentemente, o Líbano tem estado profundamente dividido devido aos apelos para que o Hezbollah, grupo militante e partido político libanês, entregue as armas após a guerra travada com Israel no ano passado, que deixou o país em grande sofrimento. Apesar do cessar-fogo, Israel tem realizado ataques aéreos quase diários contra membros do Hezbollah. O Grande Mufti sunita do Líbano, Abdul-Latif Derian, deu as boas-vindas a Leo no evento inter-religioso e lembrou as boas relações forjadas por seu antecessor, o papa Francisco. Ele citou a declaração conjunta de 2019 sobre a fraternidade humana, assinada por Francisco e pelo grande imã de Al-Azhar, centro de estudos sunitas no Cairo, Sheikh Ahmad al-Tayeb. “O Líbano é a terra desta mensagem”, disse Derian. Um importante clérigo xiita libanês, Ali al-Khatib, vice-presidente do Conselho Supremo Islâmico Xiita, pediu a Leão que ajudasse o Líbano a pôr fim aos ataques de Israel, em meio às crescentes preocupações no país mediterrâneo com a possibilidade de uma maior disseminação dos ataques israelenses. “Colocamos o Líbano em suas mãos para que talvez o mundo nos ajude”, disse al-Khatib. Cristãos no Líbano Leão começou o dia rezando no túmulo de São Charbel Makhlouf, um santo libanês venerado por muitos cristãos e muçulmanos. Todos os anos, centenas de milhares de peregrinos, cristãos e muçulmanos, visitam o túmulo no mosteiro de São Maroun, no alto de uma colina com vista para o mar em Annaya, a cerca de 40 km de Beirute. Hoje, os cristãos representam cerca de um terço dos 5 milhões de habitantes do Líbano, o que confere a esta pequena nação na costa leste do Mediterrâneo a maior porcentagem de cristãos no Oriente Médio. Um acordo de partilha de poder em vigor desde a independência da França prevê que o presidente seja um cristão maronita, tornando o Líbano o único país árabe com um chefe de Estado cristão. O Vaticano considera a presença cristã um baluarte para a Igreja na região. Os cristãos libaneses resistiram em sua terra natal mesmo após o êxodo decorrente da guerra civil no país. A região também testemunhou a fuga em massa de cristãos do Iraque e da Síria após a ascensão do grupo Estado Islâmico, derrotado em 2019 depois de perder seu último reduto na Síria.

FONTE: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2025/12/01/em-visita-ao-libano-papa-leao-xiv-pede-uniao-de-lideres-religiosos-em-prol-da-paz-oriente-medio.ghtml


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