Dólar abre em queda com mercado de olho no fim do shutdown e nas negociações Brasil-EUA
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O dólar inicia a sessão desta quinta-feira (13) em queda. Por volta das 9h05, a moeda americana recuava 0,13%, sendo negociada a R$ 5,2850. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, abre às 10h.
O cenário internacional volta ao foco dos investidores após o fim da paralisação do governo americano e novas movimentações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos. No campo doméstico, as atenções se voltam a indicadores econômicos e ao ambiente político, que seguem influenciando as projeções para os juros e as próximas eleições.
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▶️ Nos EUA, o presidente Donald Trump sancionou o projeto que garante recursos para o funcionamento do governo, encerrando a paralisação de 43 dias — a mais longa da história. Com isso, abre-se espaço para a divulgação de indicadores econômicos atrasados, essenciais para as decisões do Federal Reserve.
▶️ Em Washington, o chanceler brasileiro Mauro Vieira se reúne nesta quinta com o secretário de Estado Marco Rubio. O encontro deve tratar das tarifas impostas por Trump sobre produtos brasileiros, como café e carne, que chegaram a 50% e atingem cerca de 60% das exportações desde agosto.
▶️ No Brasil, os investidores aguardam os números do comércio varejista de setembro. Caso venham abaixo das projeções, cresce a chance de antecipação no corte de juros. Ontem, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, tentou conter interpretações mais “dovish” sobre a ata do Copom, mas as taxas curtas fecharam estáveis.
▶️ A pesquisa Genial/Quaest divulgada hoje mostra que Lula segue à frente nos cenários de segundo turno para 2026, mas a diferença para Jair Bolsonaro diminuiu: 42% a 39%, ante 46% a 36% em outubro. O levantamento indica também redução da vantagem do presidente sobre outros possíveis adversários.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.
💲Dólar
a
Acumulado da semana: -0,82%;
Acumulado do mês: -1,63%;
Acumulado do ano: -14,36%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: +2,32%;
Acumulado do mês: +5,41%;
Acumulado do ano: +31,05%.
Agenda econômica
Pesquisa Mensal de Serviços (PMS)
O setor de serviços no Brasil cresceu mais do que os economistas esperavam em setembro, segundo dados divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira. Foi o oitavo mês seguido de alta, atingindo o maior nível da série histórica.
Na comparação com agosto, o setor avançou 0,6%, já considerando ajustes sazonais. Em relação a setembro do ano passado, a alta foi de 4,1%. Economistas consultados pela Reuters esperavam aumentos menores: 0,4% no mês e 3,6% no ano.
Entre as cinco atividades pesquisadas, três cresceram em setembro. O destaque foi o setor de transportes, que subiu 1,2%, impulsionado pelo transporte rodoviário de cargas.
Segundo Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa no IBGE, “a recuperação do transporte rodoviário de cargas tem sido determinante para essa sustentação do setor de serviços”, explicando que há relação direta entre o aumento da receita das empresas e o escoamento da safra agrícola.
Os serviços de informação e comunicação também avançaram 1,2%, enquanto o grupo “outros serviços”, que inclui seguros, planos de saúde e previdência, subiu 0,6%.
Já os serviços profissionais e administrativos caíram 0,6%, e os prestados às famílias recuaram 0,5%, influenciados pela menor receita em restaurantes.
Paralisação do governo americano no 43º dia
A paralisação do governo dos Estados Unidos chegou ao 43º dia, com expectativa de encerramento nos próximos dias.
A Câmara, controlada pelos republicanos, deve votar à tarde um acordo que restabelece o financiamento das agências federais. O presidente Donald Trump disse que vai sancionar o texto logo na sequência.
O acordo foi aprovado pelo Senado na segunda-feira (10), pelo placar mínimo de 60 votos a 40. Oito democratas do Senado romperam com a liderança do partido para aprovar o pacote que estenderá o financiamento até 30 de janeiro, deixando o governo federal em um caminho para continuar adicionando cerca de US$1,8 trilhão por ano à sua dívida de US$38 trilhões.
A proposta prevê o funcionamento do governo até 30 de janeiro de 2026, além de garantir o pagamento retroativo a funcionários como os controladores de tráfego aéreo, que foram criticados por Trump por se ausentarem do trabalho durante o período sem remuneração.
A proposta gerou divisão entre os democratas. O partido tentou estender subsídios de saúde para 24 milhões de americanos além do fim do ano, quando expiram.
Os republicanos do Senado concordaram em votar essa extensão em dezembro, mas não há garantia de aprovação.
O presidente da Câmara, Mike Johnson, não informou se colocará o tema defendido pelos democratas em votação.
A paralisação já provoca impactos em diversos serviços, incluindo o cancelamento de mais de mil voos apenas na terça-feira. Programas federais como o de Assistência Nutricional Suplementar (SNAP), também enfrentam instabilidade, após o governo orientar estados a suspenderem pagamentos iniciados no fim de semana.
Bolsas globais
Em Wall Street, os mercados fecharam sem direção única, atentos às discussões para encerrar a paralisação do governo dos EUA. Enquanto isso, as ações de tecnologia oscilaram.
Com isso, o S&P 500 subiu 0,06%, aos 6.851,01 pontos, e o Dow Jones avançou 0,68%, aos 48.255,07 pontos. Já o Nasdaq, com forte composição de empresas de tecnologia, recuou 0,26%, aos 23.406,46 pontos.
As bolsas europeias fecharam em alta generalizada, mantendo o ritmo positivo observado desde o início da semana. O otimismo é sustentado pela expectativa de fim do shutdown nos EUA, o que tem atrasado a divulgação de dados econômicos importantes.
O índice CAC 40, da França, avançou 1,04%, e o DAX, da Alemanha, subiu 1,22%. O FTSE 100, do Reino Unido, também fechou no azul, com alta de 0,12%.
Na Ásia, os mercados fecharam com resultados variados. Hong Kong registrou alta expressiva, atingindo o maior nível em mais de um mês, apoiado pela expectativa de fim da paralisação nos EUA e pelo retorno do foco aos fundamentos econômicos.
Já na China continental, houve queda, após o banco central sinalizar pouca disposição para flexibilizar a política monetária no curto prazo.
No fechamento, Tóquio avançou 0,43%, a 51.063 pontos; Hong Kong subiu 0,85%, a 26.922 pontos; Xangai recuou 0,07%, a 4.000 pontos; e o CSI300 caiu 0,13%, a 4.645 pontos. Em outros mercados, Seul ganhou 1,07%, Taiwan subiu 0,58% e Cingapura teve alta de 0,59%.
*Com informações da agência de notícias Reuters.
Cédulas de dólar
bearfotos/FreepikFONTE: https://g1.globo.com/economia/noticia/2025/11/13/dolar-ibovespa.ghtml