Cortes anunciados pelos EUA aliviam parte dos produtos, mas pressionam exportadores e abrem espaço para concorrentes

  • 15/11/2025
A decisão dos Estados Unidos de reduzir tarifas para o mundo todo provocou a reação dos exportadores brasileiros. Empresários reforçam a necessidade de o Brasil acelerar as negociações sobre o tarifaço. A ordem anunciada na sexta-feira (14) por Donald Trump atingiu só as tarifas recíprocas, impostas pelos Estados Unidos a diversos países. No caso do Brasil, elas foram de 10%. A decisão não mexeu na taxa adicional de 40%, imposta apenas ao Brasil no fim de julho. Com isso, produtos que já estavam livres dos 40%, agora ficaram isentos. São ao todo quatro: três tipos de suco de laranja e castanha-do-pará. O volume de exportações isentas de tarifas aumentou de 23% para 26%. Cortes anunciados pelos EUA aliviam parte dos produtos, mas pressionam exportadores e abrem espaço para concorrentes Jornal Nacional Já outros 76 produtos, que até agora pagavam as duas taxas, tiveram as tarifas reduzidas de 50% para 40%. É o caso da carne bovina e do café não torrado. Cafés especiais, não torrados, têm que ser comercializados logo depois da colheita para não perder a qualidade. Os exportadores estão apreensivos à espera de solução para o tarifaço. Segundo eles, a decisão de ontem prejudica o setor. Carmem Lucia, presidente Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), afirma: “sim, sem sombra de dúvidas. Nós ainda estamos taxados em 40% para os cafés brasileiros. Especificamente para os cafés especiais do Brasil. E isso abre oportunidades para que outros países produtores possam aproveitar essa lacuna, pois estamos atrasando as exportações dos cafés especiais. Nós tivemos de redução de mais de 50% das exportações nos cafés especiais brasileiros, importante mercado americano. Nós ainda não conseguimos, desde que essas tarifas foram impostas, exportar 200 mil sacas. Quando, na verdade, nesse mesmo período, normalmente exportamos mais de 400 mil sacas de cafés especiais.” As negociações do Brasil com os Estados Unidos foram abertas no fim de outubro, depois de um encontro do presidente Lula com Donald Trump na Malásia. Essa semana, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, se reuniu com o secretário de Estado americano, Marco Rubio. Mas ainda não há sinalização de prazos ou valores. A Confederação Nacional da Indústria ressalta que a retirada da taxa de 10% é global, vai beneficiar concorrentes do Brasil que estão livres do tarifaço de 40%. E que, na prática, os brasileiros vão continuar em desvantagem. Em entrevista à GloboNews, Frederico Lamego, da Confederação Nacional da Indústria, disse que é necessário acelerar as negociações: “cerca de 73% das exportações brasileiras continuam sendo sobretaxadas, claro que uma parte agora com 40%, como bem colocou, mas ainda um impacto muito grande e um cenário de incerteza para todo setor empresarial. A nossa expectativa é que se avance as negociações o quanto antes, e quando nós falamos de avanço nas negociações, a gente tá falando de colocar os dois lados comerciais para sentar numa mesa e discutir temas que sejam comuns e de interesse para os dois lados.” O governo brasileiro considerou a redução positiva, mas reconheceu que é preciso seguir negociando com os Estados Unidos. O vice-presidente, Geraldo Alckmin, que é ministro da Indústria, Comércio e Serviços, disse que ainda há distorções a serem corrigidas. Geraldo Alckmin afirmou: “todo mundo teve 10% a menos, só que no caso do Brasil, que tinha 50%, ficou com 40%, que é muito alto. Aliás, no caso do Vietnã reduziu 20% porque era 20% e foi para zero. Esse é o trabalho que vai ser feito. Você teve um setor muito atendido que foi o suco de laranja, era 10% e zerou. Zerou. Isso é US$ 1,2 bilhão. Ele zerou, ficou sem nenhum imposto. Então o café reduziu 10%, só que tem um concorrente que reduziu 20%. Então esse é o empenho que tem que ser feito agora para melhorar a competitividade.”

FONTE: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2025/11/15/cortes-anunciados-pelos-eua-aliviam-parte-dos-produtos-mas-pressionam-exportadores-e-abrem-espaco-para-concorrentes.ghtml


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