CONSTRUÇÃO CIVIL PRIVADA É ALIADA PARA REDUZIR DÉFICIT HABITACIONAL NO MARANHÃO
19/11/2025
(Foto: Reprodução) O Maranhão ainda convive com um dos maiores déficits habitacionais do Nordeste. Segundo levantamento da Fundação João Pinheiro, o estado contabiliza 319.543 moradias em falta, sendo 39.142 concentradas na Grande São Luís — um número que evidencia o desafio de garantir moradia digna para milhares de famílias.
Construção civil privada é aliada para reduzir déficit habitacional no Maranhão
Assessoria Sinduscon MA
Entre os fatores que compõem o déficit estão as habitações precárias (211.534), os casos de coabitação (68.040) e o ônus excessivo com aluguel (39.969) — quando famílias comprometem mais de 30% da renda mensal para morar. Para o Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Maranhão (Sinduscon-MA), o cenário exige políticas públicas mais ágeis e incentivos à participação do setor privado, que tem sido o principal vetor de expansão habitacional no estado.
“A construção civil é uma engrenagem de desenvolvimento. Quando o setor privado investe, o impacto vai além dos números — ele se reflete em empregos, em arrecadação e, principalmente, em mais famílias realizando o sonho da casa própria”, afirma Fábio Nahuz, presidente do Sinduscon-MA.
De acordo com o Observatório da Indústria do Maranhão, a construção civil emprega atualmente 53.448 trabalhadores formais, número que mostra o peso do setor na geração de oportunidades e no aquecimento da economia. O Valor Adicionado Bruto (VAB) da atividade chegou a R$ 6,4 bilhões em 2024, o equivalente a 3,78% do PIB estadual.
Para o economista e analista técnico do Sebrae Maranhão, Cursino Raposo, esse dinamismo é essencial para enfrentar o déficit habitacional de forma sustentável. “Cada real investido em obras privadas movimenta uma cadeia produtiva que vai do pedreiro ao comércio de materiais. É um setor com efeito multiplicador real e rápido, que gera resultados sociais e econômicos concretos”, pontua.
O coordenador do Observatório da Indústria, Carlos Jorge, acrescenta que os números reforçam o protagonismo da iniciativa privada. “Quando a construção civil avança, vemos reflexos diretos na renda, na arrecadação e na melhoria das condições urbanas. É um setor que dá resposta imediata à economia”, explica.
Para o superintendente da Caixa Econômica Federal no Maranhão, Nairton Nunes, a parceria entre o poder público, o setor financeiro e a construção privada é determinante para ampliar o acesso à moradia. “A Caixa tem buscado fortalecer linhas de crédito e programas de financiamento que estimulem o investimento habitacional. O envolvimento do setor privado é fundamental para transformar esses números em obras concretas, capazes de reduzir o déficit e gerar qualidade de vida”, ressalta.
O Sinduscon-MA defende que a manutenção de um ambiente regulatório estável e a ampliação de políticas de crédito e habitação são passos decisivos para impulsionar novos empreendimentos e democratizar o acesso à moradia. “A construção civil é um setor que constrói oportunidades. Com segurança jurídica e incentivos adequados, é possível reduzir o déficit e transformar o direito à moradia em realidade para mais maranhenses”, conclui Fábio Nahuz.
Panorama da Construção Civil no Maranhão
- Empregos formais: 53.448 (Caged, set/2025)
- Participação no PIB estadual: 3,78% (VAB Construção/PIB-MA 2024)
- Valor agregado pelo setor: R$ 6,46 bilhões
- Déficit habitacional: 319.543 moradias (PNAD/FJP, 2022)
- Municípios da Grande São Luís: 39.142 moradias em déficit
- Efeito multiplicador: 1 emprego na construção → até 4 em outros segmento
(Fonte: Observatório da Indústria, 2025)