Como diagnóstico de câncer terminal virou perdão entre filho e pai com pouca afinidade: 'Precisava ressignificar o amor'

  • 24/12/2025
(Foto: Reprodução)
'Perdão': filho ressignificou relação após pai ter diagnóstico de doença terminal Gabriel Montes não sabia descrever o que era uma relação de amor incondicional entre um pai e um filho. Com pouquíssimas fotos, quase nenhuma conversa e sem qualquer conexão, o assistente de atendimento de Campinas (SP) não tinha afinidade com o progenitor. Tudo mudou após o pai ser diagnosticado com um câncer em estágio terminal. Durante o tratamento intensivo, os dois pediram perdão, mutuamente, pela falta de proximidade e, a partir desse momento, Gabriel conseguiu ressignificar a relação — e, segundo ele, compreendeu o amor entre um pai e um filho. 📲 Participe do canal do g1 Campinas no WhatsApp "Eu entendi o que era amor de pai e filho. Eu passei a amar meu pai incondicionalmente. Apesar do pouco tempo que tive com ele, eu passei a entender que eu precisava ressignificar o amor. E perto dele falecer, ele virou para mim e falou assim: 'Filho, me prometa que você vai ser o homem que você quiser ser'", relata Gabriel Perdão após doença terminal reaproximou filho do pai com quem tinha pouca afinidade: 'Precisava ressignificar o amor' Reprodução/EPTV Sem vínculo Gabriel morou na mesma casa que o pai até os 23 anos. Não houve nenhuma situação pontual ou grave que justificasse, mas mesmo enquanto moravam juntos, os dois não eram próximos. Eles até conviviam, mas não havia uma troca de amor e carinho. "Não éramos próximos. Por conta da criação dele, era totalmente diferente a forma que ele lidava com o universo e com o dia a dia cotidiano nosso. Ele tinha o costume de beber, então isso trazia aquela agressão de palavras, não só comigo, mas com a família toda", relata Gabriel. Após o divórcio dos pais, a distância entre os dois se tornou ainda maior. Apesar de estarem na mesma cidade, os encontros eram cada vez menos frequentes, e as mensagens quase não chegavam. "Era uma relação de pouca afinidade", resume. "Nós tínhamos a relação de convívio familiar, mas eu sempre procurava entender o que é uma relação de amor de pai e filho com ele, porque nós não tínhamos essa relação de amor incondicional. Não tinha um vínculo afetivo de falar para ele sobre as coisas que aconteceram comigo, então se eu tinha um relacionamento ele não sabia, as minhas conquistas ele não queria muito saber", relata Gabriel. Durante o tratamento intensivo, os dois pediram perdão mutualmente pela falta de proximidade e, a partir desse momento, conseguiram ressignificar a relação Reprodução/EPTV O diagnóstico As coisas começaram a mudar após uma notícia difícil. Em uma comemoração de Natal, Gabriel e as irmãs notaram que o pai estava magro e com uma aparência de doente, e se disponibilizou para o levar ao médico. Após alguns exames, o pai foi diagnosticado com um câncer em estágio terminal. "A primeira coisa que a gente priorizou foi de trazer ele para morar com a gente. E eu costumava dizer que a porta que meu pai entrasse era a que eu ia sair. Só que ele não saiu mais", diz. A doença trouxe na reconexão. Durante os oito meses de tratamento, o pai precisou passar por algumas cirurgias, ficou debilitado e chegou até a precisar de uma bolsa de colostomia. Foi nesse momento que tudo mudou. O pedido de perdão Após o pai passar por uma cirurgia muito delicada, Gabriel precisou buscá-lo no hospital. Ele trouxe o pai até em casa em um carro, e foi para a academia fazer exercícios, e até engatou uma corrida em seguida. E foi durante uma corrida que ele soube ressignificar o amor. "Eu ouvia o tempo todo alguém me dizer que eu precisava perdoar meu pai. Eu sentia isso o tempo todo. Voltei da corrida, assim que pisei o pé aqui dentro de casa, a primeira coisa que ele pediu foi uma almofada para ele se acomodar melhor no quarto", relembra. Gabriel acomodou o pai em uma almofada, e decidiu pedir perdão. Nesse momento, o pai decidiu que também era o momento de reconhecer os erros com o filho. "Eu falei assim pra ele: 'Pai, eu queria te pedir perdão'. Aí, ele olhou para a minha cara e falou: 'Filho, não é você que tem que pedir perdão. Sou eu que tenho que pedir perdão pra você'. Ali eu entendi o que era amor de pai e filho", disse. Durante o tratamento intensivo, os dois pediram perdão mutualmente pela falta de proximidade e, a partir desse momento, conseguiram ressignificar a relação Reprodução/EPTV O alívio O alívio que o perdão trouxe para o Gabriel foi fundamental para mudar a relação dele com o pai, e transformar em memórias positivas o tempo que eles tiveram juntos. "Depois da reconciliação, hoje eu sou muito melhor no amor, no cuidado, no carinho, com as pessoas, com quem está de fora. Mesmo que eu não conheça, às vezes o que a pessoa precisa de você é só um abraço, um conforto e uma palavra", relata. Gabriel notou que perdoar o pai melhorou a sua saúde, e transformou a sua vida. "Me edificou, me faz ser uma pessoa muito melhor. Eu costumo dizer que o perdão é necessário. Eu sei que é muito difícil para as pessoas perdoarem, seja como for, e o que elas vivem. Mas ele é necessário. Ele transforma", finaliza. VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e região Veja mais notícias sobre a região na página do g1 Campinas

FONTE: https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2025/12/24/como-diagnostico-de-cancer-terminal-virou-perdao-entre-filho-e-pai-com-pouca-afinidade-precisava-ressignificar-o-amor.ghtml


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