Como as motos marcaram três episódios da vida de Cristian Cravinhos: do caso Richthofen ao acidente em SP
Primeiro moto é a comprada após assassinato do casal von Richthofen, o que fez a polícia suspeitar; segunda foi apreendida em Sorocaba em 2018
TV Globo/Carlos Henrique Dias/Reprodução Instagram
Cristian Cravinhos, um dos condenados pelo assassinato do casal Richthofen, se apresenta nas redes sociais como apaixonado por motos, e esse interesse marcou três momentos importantes da vida dele: um acidente que o levou ao hospital nesta quarta-feira (12), a investigação do crime de 2002 e uma prisão por suborno em 2018.
Nesta quarta, Cristian ficou ferido após se envolver em um acidente no Campo Belo, Zona Sul de São Paulo, mesmo bairro onde ocorreu o crime que chocou o país. Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), ele pilotava uma moto quando bateu em um carro no cruzamento das ruas Jesuíno Maciel e Cristóvão Pereira. O veículo era conduzido por um jovem de 22 anos.
A Polícia Militar foi acionada, e Cristian foi levado ao Pronto-Socorro da Vila Mariana. Nas redes sociais, publicou fotos do ferimento no rosto e afirmou ter tido “um livramento”.
Em junho, o Tribunal de Justiça manteve a decisão que permite a ele cumprir pena em regime aberto. Cristian foi condenado a 38 anos pelo assassinato dos pais de Suzane von Richthofen e estava preso até março, quando progrediu de regime.
Cristian e motos
Moto comprada por Cristian Cravinhos após assassinato do casal von Richthofen
Reprodução/TV Globo/Jornal Nacional
Nas redes sociais, Cristian aparece com o irmão Daniel, também condenado pelo crime, trabalhando com customização de motos. Mas a ligação dele com veículos de alta cilindrada é antiga: foi justamente a compra de uma moto esportiva, paga em dólares, que despertou a desconfiança da polícia durante as investigações do assassinato, em 2002.
Após o crime, Cristian comprou uma moto de 1.100 cilindradas com US$ 3.600. Em depoimento, tentou justificar a origem do dinheiro dizendo que juntava dólares recebidos da família desde a adolescência e que havia comprado o veículo no nome de outra pessoa. A versão durou pouco. No dia seguinte, confessou participação no plano para matar o casal Manfred e Marísia von Richthofen.
“[Ele] diz que quando levou moto para casa viu reação de seus amigos e 'percebeu que já era, era uma questão de tempo para vocês [policiais] descobrirem. Eu não sou bobo, o negócio foi muito violento'".
Prisão em 2018: moto novamente no centro da ocorrência
Cristian Cravinhos é preso por tentativa de suborno de policiais no interior de SP
A moto voltou a ser peça central na prisão de Cristian em Sorocaba, em 18 de abril de 2018. Na época cumprindo regime aberto, ele foi abordado pela PM após uma confusão em um bar.
Segundo o boletim, Cristian teria oferecido R$ 1 mil aos policiais para não ser preso e, depois, chegou a sugerir vender a moto que estava usando e dividir o valor com os PMs. Ele acabou detido por tentativa de suborno e por portar uma munição.
O episódio também envolveu a ex-mulher, que afirmou à polícia que não foi agredida, mas confirmou que houve uma discussão. Ela contou que rastreou Cristian pelo celular, foi até Sorocaba e encontrou a moto dele estacionada em frente ao bar.
O relatório da investigação apontou que Cristian admitiu apenas que tinha discutido no bar com a ex-mulher momentos antes da abordagem e reconheceu que deveria estar em casa e não na rua, por conta do regime prisional que cumpria.
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Cristian Cravinhos quando foi preso em Sorocaba (
Carlos Henrique Dias/Arquivo g1
Cristian Cravinhos é preso suspeito de agredir mulher e tentar subornar policiais no interior de SP
Carlos Henrique Dias/g1
Motoclube
Na época da confusão no bar de Sorocaba, chamou a atenção, entre outras coisas, o fato de ele usar uma jaqueta com a inscrição pertencente a um motoclube.
Segundo um diretor do na época, Cristian procurou o motoclube para colaborar em trabalhos sociais. Em uma das fotos cedidas ao g1, ele aparecia de costas descarregando um caminhão. Na ocasião, todos estavam engajados em uma campanha do agasalho.
"Ele havia cumprido o que a Justiça tinha determinado e nos procurou para ações sociais. Não negamos ajuda quando alguém pede. Somos iguais a uma igreja, que recebe e não julga. Não julgamos, até porque não estávamos com ele quando ele cometeu o crime no passado", diz.
Cristian Cravinhos fazia trabalhos sociais por motoclube
Arquivo pessoal
Cristian Cravinhos
Reprodução/InstagramFONTE: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2025/11/14/como-as-motos-marcaram-tres-episodios-da-vida-de-cristian-cravinhos-do-caso-richthofen-ao-acidente-em-sp.ghtml
