Quadrilhas compram dados de vítimas para aplicar golpes por telefone

  • 01/12/2025
(Foto: Reprodução)
Bandidos roubam dados de pessoas e vendem para golpistas A polícia de São Paulo está investigando quadrilhas que encontraram uma estratégica nova para aplicar golpes pelo celular. No Centro de São Paulo, em meio às lojas de produtos eletrônicos, um homem dá o caminho para um outro tipo de comércio. Só que ilegal. "Um programa de cadastro de clientes, de pessoas?" "Isso, de cadastro e para achar as pessoas", diz o homem. Ele não vende os dados cadastrais privados, mas indica quem faz. Diz que só repassa informações por mensagem de texto. “Me chama no WhatsApp que eu te mando o nome e você vê direto com ele. Pede para falar o que ele tem lá”, diz o homem. A equipe do Jornal Nacional recebeu o contato do vendedor de eletrônicos e ligou para o número indicado. Golpista: Eu tenho uma lista. Você queria só São Paulo ou você queria Brasil inteiro? Produtor: Brasil inteiro. Golpista: Brasil inteiro, para você ter ideia, cara, é uns 90 gigas, mano, minha lista. Sem cerimônia, ele explica como funciona a venda de milhares de informações pessoais obtidas de forma criminosa. “A lista é bem atual e ela é bem completa, cara. Para você ter ideia, ela é pessoa física e jurídica, tá? Dá para você filtrar por nome masculino e feminino, por operadora, por CPF, CNPJ”, diz o golpista. O homem diz o que vem no pacote: “Nome, endereço, telefone, CPF. Mais ou menos isso aí”. A equipe do Jornal Nacional perguntou se ele tem acesso a dados bancários. “Eu tenho algumas outras listas que vêm. Eu tenho lista de benefício, tenho empréstimo consignado”, diz o golpista. Quadrilhas compram dados de vítimas para aplicar golpes por telefone Jornal Nacional/ Reprodução A equipe do Jornal Nacional interrompeu a conversa e não efetuou nenhum pagamento. A venda ilegal de dados também está em grupos de redes sociais. Uma pessoa que tem acesso a um desses grupos mostrou como funciona. Apenas com o número de telefone do produtor do JN, ele conseguiu o CPF. Com o documento, ele solicitou a pesquisa completa: em poucos segundos surge uma lista com várias informações como profissão, renda, endereços, nomes de parentes do produtor e até a informação de que ele não é beneficiário de programas sociais. Segundo a polícia, os bandidos contam com o suporte de outras redes criminosas para deixar os golpes mais sofisticados e, assim, convencer as vítimas. A Polícia Civil identificou até centrais telefônicas especializadas em clonar números de agências de banco para a pessoa achar que está falando com um funcionário da instituição financeira. O produtor do Jornal Nacional recebeu uma ligação desse tipo. “O motivo do meu contato com o senhor seria somente para realizar junto ao senhor uma verificação de segurança sobre uma tentativa de transferência que está em análise aqui em nosso sistema com valores de R$ 2,5 mil”. O golpista sabia o nome completo, CPF, endereço, data de nascimento e os números da agência e da conta do produtor. E o mais intrigante: o número na tela do celular era, realmente, o mesmo da agência bancária. “O número de telefone corresponde ao canal oficial da agência. Se o senhor puder confirmar, o senhor consegue ter maior credibilidade no atendimento, tá?”, diz o golpista. O delegado da Polícia Civil de SP Adair Marques Correa Junior, especializado neste tipo de crime, explica que as quadrilhas usam aparelhos que alteram a identificação do número que aparece na tela para enganar a vítima: “Ele mascara a ligação para que apareça para a vítima como se fosse o número do gerente, que na verdade não é”. Foi assim que um empresário perdeu milhares de reais. Ele não quis mostrar o rosto porque tem medo de ser identificado pelos bandidos, que têm várias informações sobre ele, inclusive endereços. Ele conta que recebeu uma ligação. No visor do telefone aparecia exatamente o número do gerente do banco. “Sabia da minha rotina de trabalho, tudo. Falou ainda da minha conta, como que estava”, conta a vítima. O falso gerente disse que a vítima precisava fazer uma atualização para evitar que a conta fosse invadida e enviou um link. “Igualzinho à tela inicial do banco. O número da conta já estava. E aí eu coloquei meus dados de usuário e a chave de segurança”, diz a vitima. Com os dados, os golpistas fizeram 35 transferências. “Totalizando mais de meio milhão de reais”, conta a vítima. O delegado diz que é importante ficar sempre alerta, mesmo que a ligação pareça confiável, e que a melhor forma de se proteger é ter paciência, desligar e, só então, entrar em contato pelos canais oficiais do banco para confirmar a ligação. “Não dá para acreditar quando o criminoso passa várias informações sobre as pessoas. Eles realmente obtêm essas informações através de vazamento de dados e, por isso, reforçar as medidas de cautela para não cair nesses golpes”, afirma o delegado. LEIA TAMBÉM Bandidos usam dados oficiais para legalizar carros roubados, com clonagem de cartões e registros de veículos 'Clonagem' em portões eletrônicos, dados vazados de vítimas: como agia quadrilha de roubo de joias em SP

FONTE: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2025/12/01/quadrilhas-compram-dados-de-vitimas-para-aplicar-golpes-por-telefone.ghtml


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