Dólar abre com atenção aos dados de emprego no Brasil e aos discursos do Fed
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O dólar inicia a sessão desta sexta-feira (14) de olho no cenário interno e externo. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, abre às 10h.
O dia começa com atenção a dados importantes no Brasil e aos sinais vindos dos Estados Unidos. Por aqui, o IBGE divulga números sobre desemprego, enquanto lá fora os investidores acompanham falas de dirigentes do Fed em busca de pistas sobre juros e inflação.
📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça
▶️ No Brasil, o IBGE divulga, às 9h, a Pnad Contínua do terceiro trimestre, com detalhes do desemprego por estado. No trimestre anterior, a taxa nacional caiu para 5,8%, o menor nível desde 2012, com redução do desocupação em 18 unidades da federação.
▶️ Nos EUA, os mercados monitoram discursos de membros do Federal Reserve e do Comitê Federal de Mercado Aberto ao longo do dia. As falas de Bostic, Schmid e Logan podem indicar a visão do banco central sobre inflação e política monetária.
▶️ O país ainda se reorganiza após o término do shutdown de 43 dias, encerrado na quarta-feira (12) com a sanção do projeto de lei pelo presidente Donald Trump. Embora o fim da paralisação permita o retorno de servidores afastados, a retomada completa das operações pode levar dias ou até semanas em alguns departamentos.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.
💲Dólar
a
Acumulado da semana: -0,72%;
Acumulado do mês: -1,53%;
Acumulado do ano: -14,28%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: +2,01%;
Acumulado do mês: +5,10%;
Acumulado do ano: +30,66%.
Fim da paralisação do governo americano
Na noite da última quarta-feira (12), o presidente dos EUA, Donald Trump, sancionou um projeto de lei que põe fim à paralisação do governo americano, chamada de shutdown. Dessa forma, a maior paralisação da história do governo do país se encerrou após 43 dias.
🔎 “Shutdown” significa paralisação. Nos EUA, o termo é usado para descrever quando o governo federal suspende parte de suas atividades por falta de aprovação, pelo Congresso, do orçamento anual ou de um financiamento provisório para os gastos públicos.
A assinatura do republicano ocorreu poucas horas após a Câmara dos Deputados, controlada pelos republicanos, aprovar o mesmo texto. O projeto foi aprovado por 222 votos a favor e 209 contra.
Vários parlamentares começaram a viagem de volta na terça-feira (11), depois de 53 dias de recesso. Alguns relataram dificuldades para chegar à capital devido a atrasos e cancelamentos de voos provocados pela falta de trabalhadores do setor aéreo.
Além disso, alguns legisladores disseram que precisaram de caronas para voltar a Washington. O republicano Derrick Van Orden afirmou que faria a viagem de 16 horas de motocicleta.
Após a sanção de Trump, o governo poderá voltar a funcionar plenamente em poucos dias, o que alivia a situação de servidores sem salário e de famílias de baixa renda que dependem de auxílio. A normalização do sistema aéreo, no entanto, deve levar mais tempo.
Negociações entre Brasil e EUA
Outro fator que ficou na mira dos investidores nesta quinta-feira foi o encontro entre o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio.
O encontro aconteceu em Niagara Falls, à margem da reunião do G7 — grupo dos sete países mais ricos do mundo —, e serviu para discutir o progresso das negociações tarifárias entre os dois países.
Segundo a agência de notícias Reuters, Vieira teria dito a Rubio que o Brasil havia enviado uma proposta de negociação aos Estados Unidos na semana passada, ressaltando a importância de avançar nas tratativas.
Ambos também teriam concordado em agendar uma reunião presencial em breve para avaliar melhor o estágio atual das negociações.
Agenda econômica
Pesquisa Mensal do Comércio (PMC)
O desempenho do comércio varejista brasileiro em setembro trouxe sinais mistos, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) divulgada pelo IBGE nesta quinta-feira (13). O setor é acompanhado de perto porque ajuda a indicar o ritmo da economia e pode influenciar as expectativas sobre os juros.
Em relação a agosto, as vendas do varejo caíram 0,3%, após uma leve alta de 0,1% no mês anterior. Na média dos últimos três meses, houve estabilidade (-0,1%).
Comparado a setembro do ano passado, o setor cresceu 0,8%, registrando a sexta alta seguida. No acumulado de 2025, o avanço é de 1,5%, e nos últimos 12 meses, de 2,1%.
No chamado varejo ampliado — que inclui veículos, motos, peças, material de construção e atacado de alimentos e bebidas — houve alta de 0,2% frente a agosto. Na comparação anual, o crescimento foi de 1,1%, mas no acumulado do ano o resultado ainda é negativo (-0,3%).
Entre os oito segmentos pesquisados, seis tiveram queda na passagem de agosto para setembro: livros e papelaria (-1,6%), roupas e calçados (-1,2%), combustíveis (-0,9%), equipamentos de escritório (-0,9%), móveis e eletrodomésticos (-0,5%) e supermercados (-0,2%).
Já artigos farmacêuticos e de perfumaria subiram 1,3%, e outros itens de uso pessoal avançaram 0,5%.
Regionalmente, 15 das 27 unidades da federação registraram queda, com destaque para Maranhão (-2,2%) e Roraima (-2,0%).
Entre as altas, Tocantins (3,2%) e Amapá (2,9%) lideraram. No varejo ampliado, Tocantins teve forte avanço (11,4%), enquanto Paraná (-1,8%) e São Paulo (-1,6%) ficaram entre as maiores quedas.
Bolsas globais
Em Wall Street, os mercados operavam com a cautela antes da divulgação dos dados econômicos represados, depois que o presidente Donald Trump assinou um projeto de lei que pôs fim à mais longa paralisação do governo na história do país.
Esses dados econômicos são importantes para orientar as decisões do Fed — embora alguns relatórios, como os de emprego e inflação, possam não ser divulgados.
Às 11h35 (horário de Brasília), o Dow Jones caía 0,18%, para 48.167,81 pontos, o S&P 500 perdia 0,53%, para 6.814,89 pontos, e o Nasdaq tinha queda de 0,87%, para 23.192,28 pontos.
Já as bolsas europeias fecharam em queda, também refletindo o impacto do fim da paralisação nos EUA e assimilando dados de produção industrial da União Europeia.
O STOXX 600 recuou 0,61%, o CAC 40 (França) caiu 0,11%, enquanto o DAX (Alemanha) perdeu 1,39% e o FTSE 100 (Reino Unido) teve baixa de 1,05%.
Por fim, os mercados asiáticos fecharam em alta, impulsionados pelo setor de novas energias na China e pela expectativa de dados econômicos importantes que serão divulgados na sexta-feira, como vendas no varejo e produção industrial.
O índice de Xangai atingiu seu maior nível desde 2015, enquanto Hong Kong alcançou a maior alta em um mês.
No fechamento, Xangai subiu 0,73%, a 4.029 pontos, e o CSI300 avançou 1,21%, a 4.702 pontos. Hong Kong ganhou 0,56%, a 27.073 pontos, e Tóquio teve alta de 0,43%, a 51.281 pontos. Seul subiu 0,49%, Taiwan caiu 0,16% e Cingapura avançou 0,15%.
*Com informações da agência de notícias Reuters.
Cotação do dólar mostra menor confiança na economia brasileira devido a gastos e dívidas do governo
Jornal Nacional/ ReproduçãoFONTE: https://g1.globo.com/economia/noticia/2025/11/14/dolar-ibovespa.ghtml